Sabia que, existem diferenças entre um ataque de ansiedade e um ataque de pânico? É provável que no seu dia-a-dia já tenha ouvido falar de ataques de pânico e ataques de ansiedade como se do mesmo se tratasse, no entanto, embora ambas sejam uma resposta de ansiedade existem várias diferenças entre eles.
As principais diferenças entre eles estão relacionadas com os motivos que os despoletaram e a forma como os sintomas são percebidos pela pessoa que os experiencia.
Um ataque de pânico consiste num episódio de medo e desconforto intenso que começa abruptamente e ocorre de um estado de calma para um estado de ansiedade. Habitualmente, os sinais e sintomas atingem o seu pico depois de alguns minutos e vão desvanecendo ao longo das horas seguintes. Ao contrário do que acontece num ataque de ansiedade, que ocorre após um período de preocupação excessiva com eventos futuros ou situações que podem causar medo, com um aumento gradual de intensidade ao longo do tempo. Muitas vezes nos ataques de ansiedade, as pessoas têm dificuldades em pensar logicamente sobre algo que está para acontecer levando a longos períodos de tempo em que se está a sofrer por antecipação.
Os principais sintomas de um ataque de ansiedade podem ser a preocupação excessiva, as tonturas, os tremores, a falta de ar, a tensão muscular, alterações ao nível do sono e da concentração, inquietação e irritabilidade, enquanto num ataque de pânico podem ser as tonturas, palpitações, náuseas/dormências, sensação de asfixia e especialmente incapacitante, a sensação de morte iminente, o medo de perder o controlo, de enlouquecer ou de se sentir fora de si. O que torna esta experiência muito perturbadora, desagradável e assustadora para quem a experiencia.
Num ataque de pânico, muitas vezes não existe uma causa identificável para a sua ocorrência, o que não acontece num ataque de ansiedade em que a causa é quase sempre identificável e ocorre muitas vezes perante uma situação clara, para a qual é direcionado o ataque de ansiedade.
Poderá estar a perguntar-se: como é que pode tentar gerir uma uma situação de ataque de pânico ou ansiedade. E por isso, apresento-lhe em seguida algumas estratégias que o/a podem ajudar:
- Tente identificar o que o/a deixa ansioso/a: pode ser importante para si, aprender a identificar os fatores que desencadeiam uma resposta de ansiedade do seu corpo;
- Treine exercícios de respiração: em períodos de ansiedade tendemos a respirar, de forma mais rápida, o que pode agravar o nosso estado ansioso e por isso, pode ser especialmente útil aprendermos a controlar a respiração em situações em que nos sentimos mais ansiosos. Tente respirar devagar, inspirando pela boca e expirando pelo nariz. Observe a sua barriga a crescer e a decrescer;
- Pratique atividades de relaxamento;
- Tente aceitar o que está a sentir. Aceite os seus sintomas, eles podem ser especialmente intensos se estivermos perante um ataque de pânico, mas tente lembrar-se que apesar destes serem muito desconfortáveis, eles não são perigosos e vão passar;
- Tente aceitar que não é possível controlarmos tudo e que está tudo bem com isso. Muitas vezes, a ansiedade surge devido a anteciparmos coisas que ainda não aconteceram e que poderão ou não vir a acontecer, mas que não temos controlo sobre elas;
- Tente pensar em algo diferente com o objetivo de se distrair, por exemplo, pensar no seu sítio preferido ou no seu lugar seguro. Pode tentar fazer-se as seguintes questões: que lugar é esse? o que consegue ouvir nesse sítio, a que cheira esse local, consegue sentir alguma textura aí? Que sabor consegue encontrar?;
- Pense em afirmações positivas que lhe façam sentido e que o/a ajudem a relaxar, por exemplo, “eu já passei por isto antes, é doloroso, mas vai passar”; “estou em segurança”; “isto vai passar”;
- Partilhe sentimentos e preocupações: Falar com amigos e familiares sobre o que o/a preocupa é uma estratégia muito útil, especialmente quando se sente mais assoberbado/a.
Em suma, a ansiedade é um considerada um mecanismo de sobrevivência, quando acontece de forma moderada e adequada em relação ao perigo real e por isso, não a podemos eliminar dos nossos dias. Esta passa a ser um problema quando a sua intensidade aumenta e se torna recorrente e persistente. Os problemas que advêm desta sobrestimação do perigo e que resultam em respostas de ansiedade vão-se mantendo ao longo do tempo através de comportamentos de evitamento que, na maioria das vezes, aumentam a sensação de perigo face à mesma situação, resultando num aumento significativo da ansiedade em relação à mesma, podendo assim dar origem as chamadas perturbações de ansiedade.
Lembre-se que procurar ajuda especializada pode ajudá-lo/a. Um psicólogo pode ajudá-lo/a a desenvolver estratégias de regulação emocional e gestão da ansiedade que lhe permitam gerir melhor aquilo que está a sentir.
Lembre-se que cuidar de si é muito importante! Tente desenvolver hábitos de vida saudáveis no seu dia-a-dia, trabalhe a sua capacidade de “desligar” das preocupações e de descansar a mente, criando momentos de prazer que lhe proporcionem bem-estar e tranquilidade.