Sabia que, tal como existem necessidades físicas, como comer ou dormir, também existem necessidades psicológicas? Existem várias, mas hoje venho falar-lhe de uma das polaridades de necessidades: a autoestima-autocrítica.
As necessidades organizam-se em polos complementares, significando que devemos tentar regular a satisfação de ambas as necessidades de forma equilibrada, para atingirmos um maior bem-estar psicológico. Ou seja, não se espera que tenhamos sempre os dois lados, neste caso a autoestima e a autocrítica, totalmente satisfeitos, deve haver sim uma constante negociação e tentativa de equilíbrio.
A autoestima caracteriza-se então pela capacidade de estar satisfeito consigo próprio e de se estimar, cuidar de si. A autocrítica relaciona-se com a capacidade de identificar, aceitar e aprender com as suas insatisfações e erros pessoais.
Neste sentido, ambas as capacidades são necessárias e constituem necessidades psicológicas essenciais ao nosso bem-estar. O importante é que consigamos equilibrar a sua satisfação. Ou seja, se há momentos em que algo corre menos bem na sua vida, no trabalho ou nas suas relações pessoais, e fica num momento mais introspetivo e de autocrítica, a refletir sobre os seus erros e a tentar aprender com eles, deve também haver outros momentos em que consiga olhar para as suas conquistas e capacidades, ter orgulho em si, estar satisfeito com quem é e conseguir ter atividades de autocuidado.
Estas necessidades ligam-se muito com outro conceito que é o de discurso interno, ou seja, a forma como fala consigo mesmo, a vozinha que tem dentro da sua cabeça. Como é essa voz? Será que ela é tendencialmente mais autocrítica? Ou é possível haver um equilíbrio com momentos em que consegue falar consigo de forma empática e cuidadosa? Ganhar uma maior consciência sobre a forma como fala consigo é essencial para trabalhar estas questões. Se precisar, um psicólogo pode ajudá-lo.