Sabia que o cancro da mama é a neoplasia maligna mais comum nas mulheres portuguesas, juntamente com o colo do útero?
Apesar de não ser dos mais letais, o cancro da mama é um problema de saúde pública e, segundo a Liga Portuguesa conta o Cancro, em 2020, de 5 milhões mulheres portuguesas, 7 mil foram diagnosticadas com cancro de mama.
Um dos tratamentos desta doença consiste na mastectomia, dizendo respeito à retirada parcial ou total da mama, em estágios mais avançados. Embora a medicina já esteja bastante avançada no que diz respeito a este processo cirúrgico, são verificadas alterações de carácter físico e emocional que podem influenciar o desempenho destas mulheres e ter um impacto negativo na sua qualidade de vida.
A mama é um símbolo de feminilidade e a remoção desta pode causar grandes impactos no psicológico destas mulheres, principalmente no que diz respeito à sua autoestima, bem como sentimentos como inutilidade, vergonha ou até mesmo repulsa. A autoestima é, claramente, um aspeto que é bastante afetado nas mulheres que passaram por esta cirurgia, mesmo que a remoção não tenha sido total, e essa autoestima fragilizada pode ser notória nos vários vértices da vida destas mulheres, como a sexualidade, lazer, trabalho ou até mesmo na sua conexão consigo mesma e com o seu corpo.
A Organização Mundial de Saúde assegura que o tratamento por si só não é suficiente para uma “cura” da doença, uma vez que a qualidade de vida da mulher também é bastante importante no período da doença e/ou mastectomia. Nesta qualidade de vida, o autocuidado deverá estar sempre presente, seja o cuidado do corpo ou da mente, e, por isso, aconselha-se um acompanhamento psicológico nesta fase.
Assim, deixam-se aqui algumas sugestões para um autocuidado durante o período da doença e/ou após a mastectomia:
- Não deixe de fazer a sua vida normalmente. É perfeitamente normal que sinta vergonha devido à falta de um seio e/ou a presença de uma cicatriz, podendo recorrer a uma prótese ou até mesmo soutiens especializados para mulheres mastectomizadas;
- Não se prenda só à beleza exterior, como uma prótese, um lenço na cabeça, etc. Trabalhe a sua beleza interior, a sua confiança e amor por si mesma. Este é um trabalho que não só é continuo, como também tem de vir de trás. Procure ajuda psicológica para fortalecer a autoestima, caso necessite;
- Os olhares, as opiniões, os comentários dos outros podem e vão surgir, no entanto, não é algo que consiga controlar e seja da sua responsabilidade. Olhe-se com amor, carinho e normalidade, tal como queria que os outros olhassem para si, pois a forma como olha para si é o único olhar que vai conseguir controlar;
- Procure apoio em grupos de mulheres e/ou organizações não governamentais onde possa compartilhar a sua realidade, bem como as suas experiências;
- Atualmente, não só existe a possibilidade de fazer uma reconstrução mamária, como também existe a opção da tatuagem realista do seio feminino. Estas opções, segundo estudos, podem ajudar bastante na autoestima da mulher mastectomizada.
Lembre-se: a sua beleza não depende de um seio e é muito mais que isso. Fortaleça a sua autoestima junto de um psicólogo e fortaleça o amor por si mesma. Não tem de passar por isto sozinha.