A “criança interior” representa as experiências que viveu em criança e que ainda hoje influenciam a forma como se sente, como reage às demais situações e até mesmo, a forma como se relaciona com os outros. Este é um conceito muito utilizado em consulta que nos ajuda a descrever um conjunto de memórias e padrões de resposta que foram aprendidos durante a infância através da observação de comportamentos e padrões de resposta das pessoas mais próximas (figuras de vinculação). Funciona quase como uma metáfora clínica que nos ajuda a compreender como as vivências precoces da infância têm uma influência, muito significativa, nos processos emocionais e comportamentais na vida adulta.
Sabe aquela parte de si que, às vezes, se sente insegura, rejeitada ou com medo de falhar, mesmo sem motivo aparente? É essa parte de nós que reage quando nos sentimos rejeitados, criticados, ignorados ou com medo. Pode ser a sua criança interior a tentar proteger-se daquilo que já doeu, associando essa memória ao momento presente.
Trabalhar com a nossa criança interior é olhar com carinho para essas feridas antigas e começar a cuidar de si de forma diferente. É, no fundo, reconhecê-la enquanto parte importante e viva em nós, estabelecer contacto com ela, procurar compreender melhor aquilo que são as suas dores, validando-as e procurando reconstruí-las no momento presente.




