Grande parte das vezes, as pessoas procuram terapia à espera de mudanças rápidas – querem deixar de sofrer, parar de ter crises, sentirem-se melhor. O que é totalmente válido e, por si só, já mostra coragem: reconhecer que precisa de ajuda e decidir cuidar de si é o primeiro passo.
Mas na realidade, a terapia é um processo contínuo e cumulativo. Cada sessão é um pequeno passo em direção à meta de cada pessoa, seja o desenvolvimento pessoal, aumentar a autoestima, controlar a ansiedade…
Às vezes, não se percebe logo quando a terapia começa a funcionar. O progresso não se se revela logo em grandes mudanças, ele aparece em pequenos detalhes do dia a dia, por exemplo:
- Quando começa a entender melhor o que sente, mesmo que ainda doa;
- Quando já não reage no impulso;
- Quando se permite sentir desconforto sem fugir logo dele;
- Ou quando deixa de se julgar tanto por ter um dia mau.
Estes sinais já são o início da transformação, são avanços silenciosos de mudança.
Melhorar não significa sentir-se bem o tempo todo, mas começar a relacionar-se de forma diferente com aquilo que dói.
Começar a olhar para si mesmo/a com mais autocompaixão e menos autocritica.
Aprender a ouvir o seu corpo e, com isso, atender as suas necessidades, anteriormente despercebidas.
Mas principalmente, reconhecer que tem poder sobre como as coisas à sua volta o/a afetam, e sobre a forma como escolhe reagir.
No fundo, a terapia não é um caminho linear, é feito de avanços, recaídas e retrocessos. A terapia não é sobre deixar de sofrer, mas sim, permitir-se sentir essa dor, transformá-la e cuidar de si nesses momentos.
Quando percebe essa consciência sobre si mesmo/a, as suas emoções e o seu comportamento – a terapia já está a funcionar.




