A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) é muito mais do que lavar as mãos muitas vezes ou gostar de ter tudo limpinho e arrumado. É uma perturbação que traz grande sofrimento psicológico, tendo sido considerada pela OMS uma das 10 doenças mais debilitantes, dentro de todas as perturbações, e não apenas das psiquiátricas.
Esta perturbação vem acompanhada de pensamentos intrusivos e desagradáveis que a pessoa não consegue controlar, mesmo quando os reconhece como irracionais ou desproporcionais.
Em Portugal é uma condição relativamente prevalente, com alguns estudos a apontar para uma taxa de 4,4% da população geral (Caldas de Almeida e Xavier, 2013).
É caracterizada por Obsessões, Compulsões ou ambas.
As obsessões são descritas como pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experienciadas pelo indivíduo como indesejáveis e que causam ansiedade e sofrimento. O indivíduo sente-se compelido a executar compulsões que aliviam a ansiedade causada pelas obsessões.
As compulsões podem ser comportamentos visíveis (Por exemplo: Verificar se a luz está desligada, apagando 3 vezes o interruptor) ou ações mentais (Por exemplo: Quando se pensa que algo mau pode acontecer a um filho, dizer a mesma frase 6 vezes, até sentir que foi bem feito).
As obsessões podem ser diversas, mas há 4 grandes temas recorrentes:
1- Obsessões sobre poder causar dano ou não o impedir;
2 – Obsessões sobre simetria, ordem ou exatidão;
3 – Obsessões de contaminação;
4 – Obsessões sobre atos vistos pelo próprio como condenáveis ou repugnantes, normalmente de cariz agressivo, sexual ou religioso.
No caso da POC, as obsessões e compulsões causam sofrimento marcado, ocupam muito tempo (pelo menos uma hora por dia) e interferem significativamente com a rotina normal da pessoa (trabalho, escola, lazer, relações pessoais).
Há já muitos tratamentos com uma elevada eficácia para a POC, pelo que se está a passar por algumas destas coisas, não hesite em pedir ajuda.