A discrepância no interesse em atividade sexual é um motivo frequente pelo qual as pessoas procuram acompanhamento psicológico, uma vez que isto prejudica a satisfação da relação, mas também causa sofrimento pessoal.
É comum existirem momentos na vida do casal nos quais o interesse sexual de ambos não está alinhado, quer por questões circunstanciais, quer individuais. É natural que nestes momentos possam surgir sentimentos de frustração, por ter mais desejo que a outra pessoa ou até por ter desejo a menos, por saber que a outra pessoa espera uma coisa de si, para a qual não tem disponibilidade.
É importante arranjar estratégias para gerir a frustração para que não se transforme em ressentimento. Comunicar com a/o sua/seu parceira/o (falar, mas também escutar) sobre o que está a acontecer e aquilo que o está a frustrar é essencial. É importante que a outra pessoa não se sinta julgada, culpada ou pressionada e que compreenda que o objetivo é, em conjunto, tentarem compreender o que se passa e o que pode estar a ter impacto no desejo sexual, uma vez que são vários os fatores que podem contribuir para a diminuição do desejo numa relação. Desta forma, poderão, em conjunto, explorar possíveis soluções.
Deixo-lhe ainda algumas sugestões para preservar o desejo numa relação:
- Aceitar que o desejo sexual não vai ser sempre igual ao longo do tempo;
- Ter expetativas realistas sobre o desejo sexual;
- Arranjar formas de desafiar a monotonia e a rotina na relação;
- Trabalhar a auto-estima e auto-confiança;
- Construir antecipações positivas para o sexo (ex., ter momentos íntimos antes da atividade sexual);
- Dar prioridade à relação mesmo quando existem conflitos externos.