O homem tende a expressar menos as suas emoções em comparação com a mulher, devido a vários fatores históricos e culturais que incutiram crenças de desvalor ou fraqueza, por demonstrarem vulnerabilidade.
Ora essas crenças trazem consequências muito negativas, tanto na relação consigo mesmo, como na relação com os outros. Tendem a substituir a tristeza, a insegurança, a vergonha e o medo, em emoções autodestrutivas como o silêncio, a fuga, a revolta ou uma falsa aceitação.
Crescemos a escutar frases como: “Comporta-te como um homem”; “És um homem ou és um rato?”; “Os homens não choram”, entre tantas outras. E se as substituíssemos por: “Permite-te comportar como um ser humano que és”; “Um homem pode ser vulnerável, pois a vulnerabilidade não se trata de uma questão de espécie ou de género”; “Os homens choram as vezes que forem necessárias chorar”.
Historicamente, o homem sempre foi visto como uma figura valente, capaz, forte e indestrutível. No entanto, por baixo desta armadura que aparenta ser inabalável, está uma pessoa com necessidades emocionais, tal como todas as outras, e que deve expressar as suas emoções.
As consequências da não expressão destas emoções podem ser extremamente severas, causando um sofrimento solitário, e numa última instância, comportamentos agressivos.
Desta forma, é necessário pedir ajuda. Tenha esse ato de amor para consigo, de confiança para com o outro e de coragem para combater as suas vulnerabilidades, descartando todas as crenças de cobardia, vergonha e humilhação que estão associadas a este comportamento.
O pedir ajuda está no falar com alguém de algo que não correu tão bem no seu dia, de alguma preocupação que tem vindo a impactar o seu bem-estar ou de algum pensamento que esteja a fazê-lo duvidar das suas capacidades, entre muitas outras formas.
Tenha esse ato de compaixão para consigo e permita-se perceber quando não consegue lidar com tudo sozinho. O pedir ajuda não se trata de uma questão de género, mas sim de uma tentativa de satisfação das necessidades apresentadas pelo ser humano, na sua globalidade.