Existem várias crenças acerca da autocompaixão, do que é e o que não é. Ter compaixão por nos próprios pode ser desafiante, quando passamos por tempos difíceis em vez de sermos autocompassivos tendemos a tratar-nos de formas pouco simpáticas. Podemos ficar presos em invalidar o nosso sofrimento, lutar contra ele, tentar bloqueá-lo, ignorá-lo ou tirá-lo das nossas mentes. Por vezes podemos ser altamente autocríticos por sofrer da forma que sofremos e tendemos a tratar-nos de formas que provavelmente não trataríamos alguém que estivesse a sofrer de forma semelhante.
Nesses momentos, a autocompaixão é extremamente útil, pois é uma competência capaz de ser treinada, através da qual aprendemos a relacionarmo-nos connosco com uma atitude bondosa e sem crítica ou julgamento. A autocompaixão, ao contrário do que se possa pensar, não é autocomplacência, ter pena do próprio, ou ter uma atitude passiva em relação ao que está a experienciar. A autocompaixão implica tornar-se mais sensível ao próprio sofrimento e encontrar estratégias para o aliviar de forma útil.
Com autocompaixão consegue celebrar e desfrutar de si próprio quando está tudo bem e também ser caloroso, empático, bondoso e perdoar-se quando passa por momentos mais difíceis.
Assim, a autocompaixão não é render-se ao sofrimento aceitando-o de forma passiva, mas sim, reconhecer que está presente, faz parte de ser humano e gentilmente tratar-se com a bondade que trataria alguém a quem deseja o melhor.