Já alguma vez se sentiu dependente emocionalmente nas suas relações? E sente que isso é algo negativo ou até prejudicial para si, para o/a seu/sua parceiro/a ou mesmo para a relação?

Primeiro é importante perceber o que significa ser dependente emocionalmente. A dependência emocional é uma característica comum e até necessária nas relações saudáveis. Faz parte de um relacionamento saudável sentirmos algum grau de dependência, no sentido em que nos sentimos conectados emocionalmente àquela pessoa, conseguimos ser vulneráveis com ela, expor as nossas emoções e necessidades afetivas, ao mesmo tempo que conseguimos também expressar os nossos limites e necessidades individuais. Ou seja, é importante que o/a nosso/a parceiro/a seja alguém a quem consigamos recorrer para apoio emocional. No entanto, sem depender totalmente e apenas desse afeto para nos conseguirmos regular emocionalmente e estar bem psicologicamente.

Quando é que a dependência emocional começa a ser mais prejudicial para nós? Quando esta é vivida de forma excessiva, ou seja, quando sentimos uma necessidade afetiva extrema em relação ao/à nosso/a parceiro/a; quando existe um intenso medo de possíveis ruturas, conflitos ou término da relação; e/ou quando há uma sensação de grande vulnerabilidade e até solidão na ausência do/a parceiro/a, mesmo que temporária. Isto pode levar a uma perda da nossa identidade, a uma assimetria de papéis na relação, a comportamentos possessivos, atritos intensos, instabilidade emocional e uma sensação de vazio interno constante. O medo de rutura é tal que pode fazer com que nos mantenhamos em relações que já não são saudáveis para nós, sacrificando os nossos desejos, necessidades e levando a uma deterioração da nossa qualidade de vida e bem-estar mental.

É muito importante que possamos refletir sobre nós e as nossas relações para percebermos como nos sentimos e o que está a acontecer verdadeiramente, pois muitas vezes não estamos totalmente conscientes desta nossa forma de nos relacionarmos. Um/a psicólogo/a pode ajudar-nos a compreender se estamos ou não numa dinâmica menos saudável de dependência e as possíveis causas para isso estar a acontecer, permitindo-nos aumentar o nosso autoconhecimento e estabelecer relações mais saudáveis.