Ainda estamos no mês de Maio e vale a pena continuar a falar sobre as Mães: sobre a beleza do papel de Ser Mãe, mas principalmente sobre o peso que este mesmo papel implica.
Por vezes, o conhecimento popular pode levar-nos a crer que ser mulher é sinónimo da obrigatoriedade de ser mãe: de engravidar, ter filhos e cuidar deles como algo puramente instintivo e natural. Estas ideias podem ser verdade para algumas mulheres, mas não o são para todas e podem retirar validade às dificuldades sentidas por muitas delas.
Na verdade, ser mãe implica todo um processo transitório, de ganhos, mas também de muitas perdas. Perante a gravidez, a nível emocional e psicológico, a mãe passa por processos desenvolvimentais de: aceitação da notícia, aceitação da mudança completa da sua vida e de possíveis outros planos que acabam por cair; aceitação do filho como um ser separado e possivelmente diferente do que se poderia ter idealizado; reavaliação e reestruturação da relação com os próprios pais e com o companheiro e redefinição da própria identidade e perspetivas futuras.
Tudo isto é ainda afetado por políticas familiares, serviços, cultura laboral e papéis de género.
Ser mãe não é algo automático e para o qual todas nascem. É algo que se constrói e implica sacrifício. E é importante reconhecer isso!