Família é família, mas isso não significa que seja boa para si; não significa que tenha de aceitar tudo; não significa que lhe deva algo; não significa que não posso escolher afastar-se; não significa que seja um espaço seguro…
Para muitas pessoas, família é sinonimo de dor, medo e instabilidade. A família não é o lugar seguro que deveria ser e o conceito de lar é algo distante. Crescer num ambiente marcado por abuso, negligência, conflitos constantes, falta de comunicação… pode transformar a sua casa que deveria ser um refúgio, um ambiente acolhedor e seguro num lugar tóxico e hostil.
Infelizmente, estas realidades são mais comuns do que gostaríamos de admitir. E para aqueles que vivenciam essas dificuldades, a sensação de não se sentirem em casa na sua própria casa pode ser esmagadora.
É difícil curar feridas quando continuamos no mesmo ambiente que as causou por isso, embora não possamos escolher a família onde nascemos, podemos construir uma família de apoio ao nosso redor através de amizades, relacionamentos saudáveis e conexões significativas.
É importante encontrar coragem para procurar rodear-se destas pessoas. Estes sim são família. São a família que você pode escolher para lhe oferecer o suporte emocional e o ambiente seguro que talvez não tenha encontrado na sua família de origem. É um lembrete poderoso de que o amor e o apoio podem vir de várias fontes, e não apenas do vínculo biológico.
Você é livre para escolher estar ou não com algumas pessoas; mesmo que sejam família. Você é forte e digno de amor e apoio, mesmo que nem sempre a sua família biológica o tenha feito sentir isso.
Lembre-se sempre que a sua segurança e o seu bem-estar são prioridade. Não se conforme com menos.
A família não é, afinal, o lugar mais seguro do mundo e por isso invista em limites saudáveis, passe menos tempos com estas pessoas; não absorva tanto o que lhe é dito e saiba que isso diz mais sobre essas pessoas do que sobre si. Se o adoece, não sinta culpa por se afastar. Não sinta culpa por se priorizar.