As crianças não expressam as emoções da mesma forma que os adultos. O mundo interior revela-se através do brincar, dos desenhos, das histórias e dos silêncios que por vezes guardam. É desta forma que expressa o que sente, os receios, as dúvidas, as perguntas que ainda não sabe fazer com palavras. Muitas vezes, o que não consegue dizer diretamente, mostra com um gesto, uma cor, uma personagem.

Na psicologia infantil, estas são as ferramentas fundamentais. O psicólogo utiliza o jogo, o desenho, o faz-de-conta, as histórias — não como simples brincadeiras, mas como verdadeiras formas de comunicação emocional. Através delas, é possível aceder ao mundo interior da criança, perceber o que a preocupa, o que a faz sentir-se triste, ansiosa ou confusa.

Cada sessão é um espaço seguro onde a criança pode ser ela própria, ao seu ritmo, e onde é respeitada a sua forma única de se expressar. É por isso que dizemos que, em psicologia infantil, é preciso aprender a falar a linguagem da criança — uma linguagem feita de imaginação, de símbolos e de emoções.

Só assim conseguimos verdadeiramente compreender e acompanhar o mundo da criança.