Fadiga por Compaixão

A fadiga por compaixão está normalmente associada a profissões de prestação de cuidados e pode surgir na sequência da exposição repetida à dor dos outros. Representa os “custos de cuidar” dos outros, da tentativa de ajudar alguém em sofrimento, que com o passar do tempo poderá resultar na redução da capacidade em sentir compaixão devido à exaustão sentida por lidar com o sofrimento dos outros. A compaixão é uma competência que envolve a capacidade de reconhecer o sofrimento e uma motivação e vontade de o reduzir. Desta forma, aproxima-nos dos outros e motiva-nos a comportamentos de ajuda e tranquilização, que tendem em resultar em bem estar psicológico, melhorias nas relações interpessoais e benefícios na saúde física. Os estudos científicos revelam que a compaixão está relacionada com a prestação de cuidados adequada e bem-estar emocional, apontado a empatia como a possível raiz da fadiga por compaixão. Ou seja, a capacidade de sentir como suas as emoções dos outros pode dificultar o processo de regulação emocional, gerar um contínuo sentimento de responsabilidade para com os outros e o seu sofrimento e de falha no alívio e diminuição deste. Assim, a sensação de cansaço e exaustão podem surgir como consequência de não ser tão compassivo para si e não cuidar de si com a mesma compaixão com que cuida dos outros. Enquanto a preocupação empática prediz mais fadiga por compaixão a autocompaixão prediz menos. O desenvolvimento da competência da autocompaixão é possível estabelecer os seus limites, cuidar de si e pedir ajudar quando necessário, tornando-se mais fácil atender às necessidades dos outros.

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Sara Cruz

No nosso blog vai poder ler artigos escritos pelas nossas psicólogas sobre temas da atualidade e saúde mental.

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